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O complexo em Ribeira de Calhau é um projeto familiar, com uma vertente de turismo rural / cultural. O espaço foi concebido de forma a poder ser partilhado com a família e com os clientes/amigos, tanto na presença como na ausência, ou seja, teria de permitir tanto uma comunidade familiar autónoma como um turismo comunitário. Assim, o processo teve de ser pensado de forma modular, de modo a que o investimento fosse possível por fases de construção.

Em termos gerais, o programa inclui alguns quartos que podem ser alugados, com espaço para viver / kitchenette, casa de banho e quarto, duas estruturas familiares com quarto, sala, cozinha e casa de banho para os dois investidores no projeto e as estruturas gerais de apoio ao complexo - sala de estar, recepção, cozinha, lavandaria, arrumos, etc.

O programa dos quartos foi organizado em dois níveis, o mais público, no rés-do-chão e o espaço privado, dormitório, reservado ao mezanino que aproveita o desenho dos telhados para se conformarem. As estruturas familiares seguem o mesmo princípio, embora com mais espaço de habitação e mais um quarto independente no rés-do-chão. As estruturas de apoio respondem a um programa básico para o funcionamento do complexo, e a cozinha é o espaço mais generoso, uma vez que é considerada como um espaço de formação / workshops relacionados com gastronomia, agricultura biológica, design de alimentos e outras dinâmicas culturais associadas.

Cada suite foi pensada de forma autónoma, as salas para que os clientes pudessem usufruir do complexo sem dependência dos espaços gerais de apoio, as estruturas familiares para que os proprietários pudessem ter o seu espaço privado e as estruturas gerais de apoio numa dinâmica diferente, voltadas para todo o complexo.

Em termos volumétricos, a opção de fragmentação ao longo do lote permitiu conter alguma densidade do conjunto e alargar o programa mais próximo do limite exterior do lote, formando assim um espaço de vivência interior, previsto para um jardim comunitário, ligado aos princípios da agricultura biológica. O espaço interior do lote é assim concebido com permeabilidade controlada entre o complexo e o seu entorno. As árvores de fruto entre as casas reforçam esta ideia e permitem criar espaços de sombra entre elas, onde as pessoas podem permanecer. O conjunto é também complementado por um tanque para banhos e rega do jardim, bem como um moinho de vento para bombear a água do poço para o tanque.

A nível construtivo, a opção recai sobre a pedra local como elemento principal. A madeira como elemento para estruturas de cobertura, telhas (cavacos), empenas e carpintaria. Estes materiais reforçam a simplicidade em harmonia com o seu contexto. Os processos construtivos seguiriam os mesmos princípios já mencionados.

Localização. Ribeira de Calhau, São Vicente

Data. 2011

Arquitetura. Ângelo Lopes

Fase. Estudo Prévio

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