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O projeto de Inserção Urbana da Linha do Metro do Porto, entre os concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, constituiu um grande investimento em termos de mobilidade ao longo da Área Metropolitana do Porto. Ao alargar territorialmente as acessibilidades, o Metro assumiu-se também como um potencial pretexto para uma intervenção na cidade, promovendo a requalificação urbana ao longo da rede criada.

Com a coordenação de Eduardo Souto Moura, o projeto implicou uma interdisciplinaridade complexa e o envolvimento de vários atores, de diferentes áreas, complementares no processo. Em busca de uma identidade para o projeto, juntamente com as várias especialidades, Souto Moura definiu as orientações arquitetónicas da rede que, com base nas regras inflexíveis do seu funcionamento, tendem para uma uniformidade deliberada na sua caracterização arquitetónica. Sobre esta base, mais tarde, o desdobramento do projeto por vários outros arquitetos, foi apoiado no significado desta transformação.

A linha P do Metro, entre Porto e Póvoa de Varzim foi desenvolvida no escritório do Arquiteto José Gigante a partir de 2003 nas extensões inseridas nos concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Associada ao traçado da antiga linha ferroviária enquadra-se em dois contextos diferentes ao longo do seu percurso, o que, por inerência própria, impulsionou o sentido da intervenção.

A sul do Rio Ave, existe uma paisagem marcadamente rural, com estações dispersas e não relacionadas, proporcionando projetos de enquadramento essencialmente locais. Devido à importância que naturalmente assumem na reestruturação da envolvente, as estações tornam-se polarizadoras do espaço local, criando novas centralidades não só associadas ao seu estatuto funcional, mas também à nova rede de articulações rodoviárias e pedonais que os projetos escolhem como a revitalização dos lugares.

Ao norte do Rio Ave, o traçado desenvolve-se no espaço urbano, abrindo uma nova frente de cidade, traduzindo-se num desenho mais abrangente que "cose" à pré-existência as diferentes articulações subsequentes ao traçado dessa nova estrutura urbana.

Uma nova avenida acompanha a plataforma do Metro em toda essa extensão, sendo, em geral, complementada por ciclovias, por faixas rodoviárias suplementares que servem os edifícios e arruamentos da nova frente urbana a ser criada. A adaptação deste sistema às várias situações determinadas pelos edifícios pré-existentes, nomeadamente no que se refere aos alinhamentos de fachadas, procura fazê-los participar do conjunto como se sempre tivessem feito parte dessa ideia de frente urbana, recusando qualquer propósito de demarcação da nova intervenção, antes preferindo diluí-la numa perspetiva de continuidade com a gradual consolidação do tecido construído.

Localização. Concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, Portugal

Data. 2005 | 2012

Arquitetura. José Gigante, João Gomes e M. Fernando Santos

Colaboração. Rui Carvalho, Pedro Barata Castro, Andreia Costa, Ana Pedrosa, Cristina Fernandes, José Almeida e Ângelo Lopes

Fotografia. Luís Ferreira Alves

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